Ao longo da história os cientistas utilizaram modelos animais de laboratório para obter conhecimento sobre a biologia estrutural e funcional dos animais incluindo dos homens. A maioria do que é conhecido da biologia humana, fisiologia, endocrinologia e farmacologia foi obtido através da experimentação animal. É de extrema importância a existência de uma unidade curricular que se dedique ao estudo do uso científico de modelos animais de doença e que aborde as questões éticas, legais e sociais desta utilização. Trata-se de uma unidade curricular multidisciplinar nas áreas das ciências da vida, da saúde, exatas, naturais, sociais e humanas. Concluindo, pretende-se que esta unidade curricular aborde a utilização de modelos animais de doença em várias dimensões, tais como a da: história; legislação e da ética; literatura; ilustração científica; comunicação da ciência e a da formação pedagógica e cívica.
Idioma | PT |
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Tipo | Unidade de formação contínua |
Regime | b-learning |
Tutoria | Sim |
Duração | 14 semanas |
Horas de estudo | 162 horas |
Destinatários | Estudantes pré-/pós-graduados. |
Certificado | Avaliação |
Objetivos | Esta unidade de formação continua tem como objetivos: contribuir para o conhecimento dos constrangimentos éticos e legais da experimentação humana; revelar a perspetiva social desses constrangimentos documentada em relatos científicos, na comunicação social e em obras literárias; explorar o conceito de modelos animais de doença; elucidar sobre o desenho experimental; apresentar alguns exemplos de modelos animais de doença; demonstrar a importância da ilustração científica como ferramenta de comunicação; explicar a importância da comunicação dos resultados científicos entre pares, no ensino e para a sociedade. |
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Competências | No final os estudantes devem mostrar conhecimento e competência sobre: • conhecer episódios da história da humanidade marcantes pelo desrespeito da Pessoa humana: o que dizem os documentos científicos, os relatos sociais e a literatura; • identificar controvérsias da experimentação animal; • os pilares éticos e legais da experimentação animal; • o conceito de modelo animal de doença; • a classificação dos modelos de animais de doença; • saber como desenhar uma experiência com modelos animais; • conhecer alguns exemplos de modelos animais de doença: estudo de alvos terapêuticos; doenças cardiovasculares; de infeção neonatal bacteriana; de cancro colorretal e mama; modelos animais em hematologia oncológica básica e translacional; • a importância da ilustração científica como ferramenta de comunicação; • as formas de comunicar ciência para os pares, estudantes e para a sociedade. No final os estudantes devem mostrar aptidão para: • discutir o estado atual da experimentação humana e animal com base na sua história relatada em documentos científicos e na literatura; • identificar as normas legais e de ética a que a experimentação humana e animal está sujeita; • discutir sobre a contribuição dos modelos animais no tratamento de doenças humanas; • efetuar uma avaliação critica das vantagens e limitações de modelos animais; • saber dar alguns exemplos de modelos animais de doença; • produzir minimamente desenhos e ilustrações científicas que ajudem à descrição da experimentação e dos resultados obtidos; • consigam comunicar de forma eficaz para os seus pares e para a sociedade os resultados da experimentação humana e animal. |
Programa | Experimentação Humana: uma introdução às questões éticas • A história da experimentação humana. • As questões éticas da experimentação humana. • As leis e regulamentos atuais da experimentação animal. • A experimentação humana e a literatura. Modelos animais para estudo de alvos terapêuticos • A utilização de animais como modelos de patologias humanas. • Vantagens e desvantagens da utilização de modelos animais. • Classificação dos modelos animais. • Espécies utilizadas como modelos animais de patologias humanas. Desenho experimental • A importância do desenho experimental. • Fatores que influenciam o desenho experimental. • Exemplos de desenho experimental. • Estimativa do tamanho da amostra. Exemplos de desenho experimental. Exemplos de modelos animais de doenças: limitações e desafios 1. Desenvolvimento de um modelo experimental que reproduz a patofisiologia da infeção neonatal causada pelo Estreptococos do grupo B • O uso de modelos animais que usam vias de infeção que não ocorrem em humanos (ditas vias “não naturais” como intraperitoneal, intracerebral, etc) resulta numa menor probabilidade de tradução para a clínica. • A importância de escolher o modelo experimental que reproduz a patofisiologia da infeção no homem para o desenvolvimento de terapias eficazes. • A comparação entre a infeção causada por uma estirpe de bactéria atenuada com uma virulenta para validação do modelo experimental. • Discussão dos limites do modelo experimental de infeção. 2. Investigação em ciências cardiovasculares-dos modelos animais à avaliação da função cardíaca • Modelos animais de doenças cardiovasculares (exemplos e vantagens/desvantagens). • Enfoque nos modelos animais de hipertensão pulmonar. • Avaliação experimental in vitro da função cardíaca. • Avaliação experimental in vivo da função cardíaca. 3. Modelos animais para o desenvolvimento de estratégias de medicina regenerativa na doença de Parkinson • Modelos farmacológicos da Doença Parkinson. • Modelos genéticos da Doença de Parkinson. • Terapias atuais. • Novas terapias em desenvolvimentos. 4. Modelos animais em hematologia oncológica básica e translacional • Características celulares e moleculares das neoplasias hematológicas. • Diferentes tipos de modelos animais para modelar doenças oncológicas humanas. • Animais modificados geneticamente para estudar os mecanismos de iniciação e progressão oncológica. • Tratamento de leucemia em animais como forma de identificar terapias para doentes humanos. 5. Peixe-zebra “avatares” para uma terapia personalizada contra o cancro • Medicina personalizada porquê? Guidelines de terapia e jogo de probabilidades. • Gold standard = Xenógrafos de ratinho. • O peixe-zebra como modelo animal. • Larvas de peixe-zebra como “avatares” para direcionar o tratamento de cancro colorretal e mama. 6. Scientific illustration in biomedical sciences • Historical introduction: An overview anatomical illustration, from Leonardo da Vinci to contemporary anatomy books. • Biomedical domains served by scientific illustrators: Demands and needs of various specialization and it's target audiences • Utilization: The benefits of professional visualization for scientist in article submission, didactics, fundraising, ethics and general public education and marketing. • Workflow and communication: Collaboration between scientific illustrators and scientist. • The making off examples of projects. A comunicação científica • A importância da comunicação dos resultados científicos. • A comunicação científica entre pares: artigos, posters e comunicações orais. • A comunicação científica e o ensino. • A comunicação científica para a sociedade: as notícias jornalísticas, as palestras, os blogs, as informações de rotulagem obrigatória e a educação dos mais jovens. |
Avaliação | Avaliação: Exame final – 40% (exame teórico com 40 questões de escolha múltipla e/ou resposta aberta) Trabalho escrito – 40% (elaboração e apresentação de um trabalho de grupo sobre um dos conteúdos programáticos) Avaliação contínua – 20% (Pontualidade, participação, comportamento, resolução de exercícios em sala de aula; resolução de exercícios colocados on-line) |
Data | De 22-08-2018 Até 02-10-2018 |
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Instruções de inscrição | Critérios de seleção e seriação: FORMAÇÃO ACADÉMICA (pontuação máxima 12 valores) Classificação do Curso de Licenciatura ou equivalente legal (no caso de ainda frequentar pede-se a nota atual) (máximo 12 valores): ≤12 valores: 3 valores 13 valores: 6 valores 14 valores: 9 valores ≥ 15 valores: 12 valores Outras Formações (pontuação máxima 3 valores): Pós-Graduação: 1 valor Mestrado: 2 valores Doutoramento: 3 valores AVALIAÇÃO CURRICULAR (pontuação máxima 5 valores): No âmbito da formação permanente, como formando (máximo de 1 valor): 0,02 por cada 6 horas de formação; Publicações (máximo de 2 valores): 0,05 por cada publicação; Comunicações orais em congresso (máximo de 1 valor): 0,05 por cada comunicação oral; Comunicação em painel (máximo de 1 valor): 0,02 por cada comunicação em painel. Critério de desempate: será analisada a carta de motivação (na qual se pontuará um máximo de 2 valores adicionais – motivos que fundamentam a candidatura – máximo de 1,5; aspeto formal da carta – máximo de 0,5). Documentos necessários para candidatura: Curriculum Vitae; Certificado de Habilitações ou comprovativo de inscrição no curso; Carta de Motivação. Contactos Para informações sobre candidaturas ou inscrições p.f. contacte Susana Cerveira E-mail: smcerveira@icbas.up.pt Telf. 220428034 ou Zélia Lopes E-mail: zmlopes@icbas.up.pt Telf. 220428021 Horário de Atendimento - 10h00 - 12h00 - 14h00 - 15h30 |
Valor | Propina: Estudantes inscritos na U.Porto - 25€ Estudantes Alumni - 35€ Externos à U.Porto - 50€ |