Academic Recognition: promoting student exchange between Europe and Latin America

Com certeza, esse inclusive é o núcleo do pensamento que me recorreu durante os vídeos.

A educação centrada no aluno, que  valoriza suas experiências e vivencias, que reconhece o contexto social do aluno, suas dificuldades e dotações, é de alto valor com toda a certeza.

Uma educação menos sistêmica e não individual, focada não apenas na formação de um profissional, mas na formação de um ser humano com pensamentos críticos e aptidões variadas é o que devemos buscar.

Mas vejo na educação brasileira um problema gigantesco de logística e falta de liberdade. Um atendimento ao aluno, uma monitoria ou acompanhamento de melhor qualidade exige maior esforço das escolas, que atentaram-se no objetivo primário de alfabetizar os alunos. Obviamente, desde a unificação do sistema de ensino público, a extensão do ensino aumentou drasticamente no Brasil, e isso gerou resultados fantásticos. Eu mesmo dependi a vida inteira de colégios públicos, minha formação se dá graças a isso. Mas é necessário buscar sempre melhorar, dar um passo a frente na estruturação da educação brasileira. Penso que já demos o primeiro passo, garantir o ensino básico, então devemos agora, lutar por uma infraestrutura capaz de atender com dignidade os estudantes.

É DIFÍCIL, PORÉM NÃO IMPOSSÍVEL!

Quando li isso, na hora lembrei das minhas experiências enquanto aluna. Em muitos momentos, e graças a professores com muita visão e sensibilidade, também consegui vivenciar a utilização dessa abordagem centrada no aluno. Infelizmente, é uma pena isso ainda ser exceção, pois a gente percebe o quanto uma abordagem centrada no aluno estimula mais a mente, envolve os alunos com os conteúdos e torna o processo muito mais fluido.

Vejo como um dos obstáculos para a utilização de abordagens centradas no aluno o comportamento/a mentalidade de professores, que não aceitam esse tipo de mudança, que se veem como os únicos detentores de conhecimento. Por exemplo, hoje, quase 10 anos depois de formada, atuo dentro da instituição na qual me graduei, e percebo que ainda estão lá dentro professores com os mesmos pensamentos, sejam os professores antigos sejam professores novos (que entraram a pouco tempo). E são esses professores que estão formando profissionais que, infelizmente, vão atuar muitas vezes da mesma forma.

É claro, que houve, e há, um esforço permanente da Universidade em fazer diferente, em cobrar mudanças curriculares dos cursos de graduação (currículos mais flexíveis que permitam/forcem a apropriação destes pelos alunos, tornando-os gestores de seus percursos acadêmicos), mudanças na relação professor-aluno, criar e incentivar a criação de políticas que permitam a permanência do aluno na Universidade, enfim, iniciativas que buscam o fortalecimento da 'figura' do estudante, mostrando tanto para este quanto para a sociedade que o centro é o estudante. Mas, ainda vemos resistência por parte de professores ou outros servidores da Universidade. E as vezes, esbarramos na legislação nacional, um dos outros obstáculos.

E nessa questão, temos um longo caminho para trilhar, pois como uma colega falou aqui no fórum, o Brasil por muito tempo se preocupou em alfabetizar sua população, depois era preciso formar mão-de-obra especializada para o mercado de trabalho... E nessa caminhada, o "processo de transformação pessoal e cultural para harmonizar mente, coração, individualidade e identidade", para usar as palavras da professora, foi deixado a margem.

Concordo plenamente, eu como estudante fiquei refletindo e reconhecendo sobre quando eu presenciei a educação centrada no aluno e me vi privilegiado por ter experimentado algumas vezes. E literalmente são momentos prazerosos e de grande aprendizados.

E as questões socioeconomicas brasileiras foi um ótimo ponto tocado por você e precisamos MESMO dialogar e refletir sobre.